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Parte dez

- Sério... Amanhã vou embora, quer ir?
- Acho que vou ficar mais uns dias com meus pais amor, eles estão amando ficar aqui.
- Tudo bem então, amanhã vou comprar umas coisas, lembranças e presentes daí vou pra casa.
- Certo. – Sorriu de leve. Aproximou-se e me deu um beijo.
- Agora vou dormir. Te amo ta?
- Eu também meu amor, vou pro meu quarto.
- Ok.
Desligou a luz e foi pro quarto, só pensei em dormir e no que faria no dia seguinte.

- Acorda filha. – Dizia a voz familiar, baixinho.
- Han? Oi mãezinha, que foi aquilo ontem?
- Minha filha, eu te explico tudo bem direitinho, mas agora quero saber se você vai mesmo embora, Nick me falou quando tudo se acalmou.
- Vou mãe, não quer mais ficar aqui.
- Eu vou também.
- Vamos de avião, não quero mais ficar dias e dias em alto mar.
- Concordo, vou comprar as passagens, arrume suas coisas, quando voltar já embarcamos.
- Certo mãe, cadê o pai?
- Não sei, ele que se vire, saiu ontem e não voltou ainda.
- Ok, te amo.
- Também te amo filha.
Preocupei-me com meu pai, onde será que ele havia ido? Não tinha a mínima idéia. Levantei, escovei os dentes, tomei banho e coloquei uma roupa de frio, estava congelante o clima fora do Hotel. Estava sem fazer nada então fui até a janela, observei a paisagem, árvores congelada, carros cobertos de neve, crianças brincando e escorregando, felizes e sorrindo e eu ali, sentada, observando e escrevendo meu nome com o dedo na janela quase congelada até que Nick bate na porta, pede licença e entra:
- E ai meu anjo, ta melhor?
- To amor, obrigada por ontem.
- Nada. – Sorriu. Olhou o que eu estava fazendo, desenhou um coração e escreveu seu nome acima do meu.
- Pronto, agora ficou bem mais bonito. – Disse ele me olhando.
- HAHA, eu deixei?
- Não, mas que ficou mais bonito ficou! – Deu uma risada. Engraçado é que ele sabe me deixar irritada.
Por um momento olhei os olhos do garoto perfeito que é Nick, já vivi muito tempo com ele, mas alguma coisa não estava bem, não sei se era a rotina de vê-lo todo dia estava me cansando, ou se estava desgostando dele, talvez também por que estivesse vivendo como um verdadeiro casamento. Preferia não pensar, apenas olhar pros olhos encantadores dele já me confortava. Sempre vivi com ele sem desconfiança, era o primeiro namorado que vivi mais tempo ao lado. Ele me promete um futuro, uma faculdade, minha vida profissional sonha em fotografar o mundo a fora, a beleza das pessoas, a realidade. Pensava em casar comigo, os planos eram imensos assim como a igreja em que imaginávamos nossa união oficial, pensávamos também em ter um filho, uma casa do nosso jeito, mas claro, tudo eram promessa e pensamento.

Minha mãe bate na porta com as passagens em mãos, me despeço de Nick com um beijo que me conforta, abraço o senhor Osvaldo e a senhora Edna e parto com destino ao aeroporto, pensando nos olhos de Caíque me distraio enquanto ando as portas da embarcação. Admirei-me ao ver Mika e Caíque no mesmo vôo, estranho notar que ele também me olhava. A viajem era bem longa e cansativa. Assim que cheguei em casa dormi.

No outro dia liguei pra Mel, combinamos de sair, precisava contar cada detalhe da viagem. Era uma tarde muito ensolarada, me arrumei e fui ao shopping com a Mel. Andamos juntas, compramos roupas e calçados, tomamos sorvetes e contei-lhe tudo. Ela me aconselhava conhecer melhor Caíque já que ele me despertava interesse e estava com um mau pressentimento em relação ao Nick. Não achei uma má idéia, mas só por que havia voltado de viajem não significasse que estava solteira. Voltamos pra casa, estava escuro enquanto andávamos pelas ruas vagas. A Mellissa ficou em casa e continuei indo até a minha com uma mania minha, estralar os dedos. Chego em casa, dou beijinho na minha mãe que estava na mesa jantando sozinha, nunca havia me sentido tão segura em relação a ela, a observei e concluí que éramos muito separadas, tinha uma linda e perfeita mulher de cabelos loiros por natureza, pouco alta e vaidosa na minha casa e não percebia. Aquela que por mais que eu errasse feio em alguma coisa, ela me ajudaria. Estando tão segura perguntei:
- Mãe, quero te falar uma coisa, sobre o Nick sabe?
- Anda filha, senta aqui e me conta. – Puxou a cadeira pra que eu sentasse perto dela.
- Mãe, já se sentiu nas nuvens, feliz demais em relação ao coração, mas não está tão segura?
- Claro, até eu achar seu pai, daí passei a não ter mais essa insegurança. Mas me conta, por quê se sente assim?
- Sei lá, estava na loja de chocolates quando estávamos na Holanda e encontrei com uma amiga, vi o irmão dela também. O olhar dele me confortou sabe? Como se ele fosse a pessoa certa. Me senti angustiada quando saí daquela loja, daí o encontrei no avião hoje...
- Era aquele que de olhos azuis filha?
- Era mãe, era aquele. – Abaixei a cabeça.
- Meu amor, sei como é, uma sensação de achar que não o verá mais, de que perdeu um tesouro sem nem mesmo tê-lo. – Falou, passando sua macia mão no meu rosto.
- É mãe, é assim que eu me sinto. Por que sei lá, pra mim o olhar o documento da pessoa, transmite tudo que se possa imaginar, e quando vi ele me senti diferente. Me sinto diferente também em relação ao Nick mãe, não tenho mais tanta animação de namorá-lo, não sei, mas acho que foi bom... Enquanto durou.
- Filha, não se preocupa por que o que tiver de ser, será.

Meu jeito comum.

Meu mundo passou a ter mais sentido com as palavras e conselhos maternos. Sinceramente não sei o que faria em relação meu namoro, queria viver mais, o Nick era bem o “meu tipo”, mas ele não me compreendia por inteira, aliás, acho que ninguém entende. Sou do tipo garota sonhadora demais, gosto de desafios, erro milhares de vezes pra realmente aprender a lição, choro quando não tenho motivos, canto pra espantar a tristeza e transmitir felicidade, grito e abro os braços agradecendo pelo belo dia que tive, sigo as minhas regras, sou viciada em gente, admiro aqueles que se doam ao amor. Eu sou assim, viajo nas letras das músicas, rio e choro demais, não tenho vergonha de ser feliz. Gosto de quem surpreende, de quem procura nos conhecer pra fazer por onde não errar, por procurar realizar nossos sonhos e agradecermos com um sorriso merecedor. Mas, passei a esconder meu verdadeiro “eu” pro Nick, sinceramente acho que não dava mais.
Peguei meu celular, disquei o número do Nick. Chamava, chamava e ninguém atendia. Liguei umas quatro vezes então desisti. Logo me peguei pensando besteira, pois Nick adora sair por ai quando esta perto de anoitecer. Deitei na cama, peguei o mp3, pus uma música e me veio à cabeça alguém que me fez sentir algo diferente, Caíque. De repente estava num lugar diferente, com meus amigos ao redor, sorrindo e acenando. Estava com um vestido vermelho, sorrindo para todos. Daí, sinto uma mão fria pegando em minha mão. Virei e dei de cara comum sorriso que me faltava, o sorriso que iluminava. Caíque me dá um beijo no rosto e fala:
- Vamos?
- Vamos sim! – sorrio.
Entramos num carro luxuoso preto e saímos.
Acordei. Cada sonho sem sentido. Estaria casando? Mas casando de vestido vermelho? Não que não exista essa situação, mas é que nos meus planos, casaria de branco. Ah, deixa pra lá. Foi só um sonho.

As férias continuaram e a Mel me liga numa manhã de Sábado, bem cedo:
- Alô? Amiga? É a Mel.
- Oi amiga, qual é a nova? – Respondi.
- Bom, um amigão meu vai fazer uma Rave, música eletrônica até de manhã, galera dançando, casa de praia... A fim de ir?
- Ah, vamos sim.
- Beleza então, umas dez horas da noite a gente sai, lá começa tarde.
- Ok, vou arrumar uma bolsa com umas coisas minhas daí vou ai ta?
- Ta bom então, se prefere... Te espero aqui em casa.
- Certo então, beijo amiga. – Me despeço.
- Beijinho, tchau.

Minha cara estava um horror, fiz minha higiene matinal, banho, escovar os dentes e blá, blá, blá. Arrumei minhas coisas, pus escova de dente, roupas, calçados, bijuterias e todo tipo de bagagem adolescente. Fiz uma típica Chapinha nos cabelos, unhas e depilação. Desci as escadas, dei um beijo de bom dia em [...]

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