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Parte doze

- Acho que vou colocar um filme, né? Espero que não pense que tô tentando te seduzir ou coisa do tipo, prometi não causar problemas.
Eu ri e falei que se tentasse sairia do quarto a base de tapas. Ele procurou um filme no meio de quinze opções e concordamos em colocar um Romance. Engraçado, estava meio envergonhada em está ali, o Eduardo é do tipo garoto fofinho e inocente, 16 anos, sorriso lindo, cabelo cacheadinho, que fazia meu tipo. Durante o filme ele fazia uns comentários tipo: “Cara, ele é muito cego, que garota linda, era pra ele ficar com ela” ou “Era pra ele escrever cartas de amor, sei lá, uma música feita por ele deixaria ela caidinha não?” e nós ríamos. Até que chega uma parte em que o casal se beija, e de vez em quando eu dava umas olhadinhas nele, e foi numa dessas que ele também me olhou:
- Júlia?
- oi?
- Tipo, me perdoa... Mas, é que.
- Fala, pode falar. – Sorri.
- Tô afim de te dar um beijo, mas só se quiser.
- Na verdade, preferia que você não me avisasse.
Então nos beijamos, foi bom, ele é muito perfeitinho. É do tipo de garoto que apostaria minha felicidade. Então deixamos um pouco o filme de lado e conversamos, quando reparamos, já estava de manhã e a festa havia acabado:
- A gente não dormiu nada, e eu não tô com sono. – Falei.
- Nem eu, chama a Mel, vamo dar uma passada na praia? O Sol ta massa hoje, as ondas devem ta melhor ainda.
- Certo então. – Fui atrás dela, a avisei e fomos nos arrumar. Contei a ela sobre o que tinha feito, filme e beijo:
- Nem acredito, sério? – Falou ela.
- Seriíssimo.
- Caramba hein, nem eu consegui pegar o Eduardo. Ta podendo viu?
- Obrigada meu bem. Agora vai logo, se arruma.
Então “Vamos a La praia”. Prancha de surf, música, areia, fotos, sorrisos, sol e mar. Nada podia piorar. Chegamos lá, sentei à beira do mar e pensei em todos os momentos que vivi com Nick, penso em uma música que gostávamos e ouvíamos juntos, abaixei minha cabeça e de repente uma lágrima escorre pelo meu rosto. Como doía meu coração, saber que um dia fui capaz de acreditar nas palavras: “Eu te amo de verdade, pra sempre”. Claro que não era pra sempre, mas poderia ter durado mais, não imaginei que o fim seria tão vergonhoso e decepcionante. Havia mudado minha personalidade por causa do Nick, ele me fez crescer, me fez sentir a verdadeira sensação do amor, agora só havia me restado dor. Não iria atrás de sofrimento, aprenderia a conviver sem atender ligações dele, evitando ele me faria melhor, prefiro acreditar. Voltando à realidade que me doía, a Mel senta ao meu lado, enxuga minhas lágrimas e encosta minha cabeça em seu ombro:
- Own gatinha, não vale à pena chorar, você tem muita coisa pra viver Jú, a gente vai passear muito por ai, conhecer milhares de gatinhos e um deles, juro a você, vai ser bem melhor que o Nick.
- Ah Meu, é que é tão difícil me conformar caramba, nunca dei motivos pro Nick me trair, na viagem, só beijei o Rodrigo por que vi a Sam beijando o Nick então foi tipo uma vingança. – Ri baixinho, mas com cara de choro.
- Ta amiga, esquece, passou. Você ta aqui, sobreviveu! Não vai morrer por isso. Agora vamos dar um mergulho?
- Na hora! – E nós rimos.
Sem perder tempo ficamos de biquíni e mergulhamos no mar. Eduardo veio logo atrás. Raí ficou lá se queixando da vida, chateado com o que fiz no dia anterior, pouco me importava, se ele é atirado assim, problema dele. Ondas grandes vinham então mergulhávamos, jogávamos água um no outro. Ríamos, me fez bem as palavras de uma melhor amiga. A Mel é do tipo de amiga louca que não permite que ninguém viva se queixando de problemas, ou triste se arrastando pelos 4 cantos da casa. Ela tem o jeito de deixar as pessoas mais alegres, falando sobre o futuro, o que ainda vai vir. Como ela me falou sobre o Nick. Cabelo castanho claro, longo, liso e brilhoso. É alta, não é magra e nem gorda, tem o corpo desejado por muitas garotas do colégio. Já foi rainha de tudo quanto é coisa, são João, carnaval, do colégio. Tem os olhos castanhos e é super alinhada. Ir a casa dela e entrar no closet que ela tem é meu melhor passatempo, não tenho noção da quantidade de pares de calçados e roupas que ela tem. Nos conhecemos desde pequenas, nossos pais se conhecem, mas perderam um pouco o contato por causa da rotina. Pensando nos meus pais, lembrei do meu pai, onde ele está? E minha mãe ainda deve ta arrasada. O mais legal é ter que sobreviver com um sorrisão pra disfarçar minhas preocupações, o meu ex-namoro, o casamento dos meus pais, quase perto de tornar-se EX também. Amor, ah o amor. Lindo num dia, mas passa a ser doloroso num outro. Nunca fui o tipo de garota que sonhasse alto, sempre fui com os pés no chão, mas com esses problemas já estou me acostumando a viver de sonho, é bem menos doloroso, pode ter certeza.

Acidente.

Voltamos pra casa de praia depois de um ótimo dia de sol. Arrumamos nossas malas e fomos pra casa. De volta a rotina. Conversa vai, conversa vem, Raí se distrai enquanto vai fazer a ultrapassagem em um carro. Não deu, tenta mais uma vez. Lembro-me apenas de ter gritado “CUIDADO”, pronto. Acordo na maca, na ambulância, estava com muita dor, não sentia quase nada do meu corpo:
- Deus, que dor. Quê que aconteceu moça? – perguntei, com a voz baixa.
- Vocês sofreram um acidente.
- O quê? A Mel? A Mel, onde ta? E os outros? – Me desesperei.
- Calma, estão todos bem.
Nossa, pude ir a caminho de casa em paz, chegamos no hospital, na emergência. Quatro ambulâncias diferentes, uma pra cada pessoa, pois não tínhamos como ir em pé ou sentado. Estávamos todos na mesma situação. Me levaram a um quarto, me colocaram lá, passaram uma série de enxames. Era só o que me faltava:
- Moça, onde estão meus pais? – Perguntei.
- Já ligamos pra eles, achamos o número numa agenda sua. Estão a caminho.
- E os outros, onde estão, como estão eles?
[...]

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