Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Parte treze

- A Mellissa, não é isso? Ela está bem, o Eduardo também. Conseguimos dados com seus documentos.
- E o Raí? Me fala, como ele ta? – Não contive a preocupação, ela não havia citado seu nome.
- Esse Raí... Ele... Ele foi o mais atingindo no impacto do acidente.
- Ta, eu sei, ele que dirigia, como ele ta?
- Em coma profundo.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, ele não merecia, brigada com ele então, ai sim senti um enorme peso na consciência. Como ficará A Mel quando souber, e o Eduardo então, queria todos meus familiares ali, ah Deus, como meus pais demoravam. Esperei, chorei, me mexia. Eles chegaram.
- Ah mãe, graças a Deus. – Chorei ao abraçá-la.
- Minha filha, que susto você me deu, meu coração apertou tanto ao me ligarem, como você ta?
- To angustiada mãe. O Raí ta em coma, ta mal. E eu tava brigada com ele mãe.
Minhas lágrimas escorriam, sentia a angústia no meu coração:
- Onde ta o Pai mãe?
- Ali, vou chamar filha.
Então ele aparece, que saudade. Que abraço forte ele me deu, não pude recorrer da mesma forma, estava fraca, confusa:
- Minha filha, que saudades eu senti, eu te amo. – Falou enquanto percebi seus olhos enchendo-se de lágrimas verdadeiras.
- Ah pai, não sabe o quanto é confortável lhe ter aqui.
Então minha mãe entra, me explica que agora não me preocupasse que estava tudo bem, meu pai havia voltado pra casa, havia lhe dado flores, como dava dicas. Bom saber que querendo ou não, estava no meio da causa. Eles haviam ido me ver no mesmo carro, juntos:
- Filha, vamos sair, tem alguém querendo lhe ver. – Falou minha mãe, mas não! Eu não queria ver ninguém além de família, por enquanto.
- Quê? Quem, mãe, MÃE! – Falei, enquanto saia, não pude impedir a entrada de quem seria à última pessoa que preferia ver.
- NICK, ah, mais problemas não né? Já basta por hoje. – Irritei-me.
Ele não falava nada, só me olhava em pé, perto da porta, não sorria, nenhum movimento. Até chegar a mim, apenas tirar uma carta do bolso da calça e pôr na minha mão enquanto observava tudo... Surpresa. Foi saindo, não olhou para trás e fechou a porta. Não abri a carta, não queria me preocupar mais, não queria nada, apenas fechar meus olhos e descansar.

Na outra manhã, acordei com uma caixinha de chocolate ao meu lado, acompanhada com um bilhetinho:

Te observei dormir, falei com você mas não me ouviu.
Talvez as minhas palavras não sejam suficientes para que me perdoe,
Mas saiba que vou dizer tudo a você até que não me reste mas voz.”

Nick.”

Meu coração disparou, mas teve de se conter quieto, será que com tudo, absolutamente tudo que me fez, ainda estaria apaixonada por ele? Só tenho certeza de uma coisa, não tenho certeza de nada. Chamei a enfermeira, perguntei mais uma vez sobre os outros, ela me falou que Raí estava na mesma, e preferia que alguém da família informasse sobre o irmão. Meus pais, os pais dela, os pais de Nick estavam todos juntos na sala de espera. Comi, depois provei dos chocolates, não saí da cama, não podia, por enquanto. Foi aí que resolvi ler a carta:

Bom, você mesma sabe que nunca fui bom com as palavras, mas espero te dizer tudo aqui. Não vou mentir em relação a nada, até por que com uma mentira consegui te magoar tanto assim. Minha vida se tornou diferente desde quando você chegou. Jú, você mudou o meu jeito de ser, nunca, te juro, nunca amei ninguém com a mesma intensidade que eu te amo.
Desculpa ter te desapontado, te decepcionado. Pra provar que te amo, eu vou lutar por isso, você vai ver, espero que não se importe. Como fui tolo não perceber o que iria perder por uma coisa que não valia à pena. Contigo eu pude ver um mundo mais bonito. Vim correndo ao saber que você havia sofrido um acidente. Meu coração sufocou, me desesperei, por que não podia perder a mulher da minha vida. Não duvide da minha palavra, eu tenho certeza disso. Acho que você nunca ia esperar essas palavras de mim, mas você me conhece. Não consigo dormir sem pensar nas tuas palavras, no teu rosto, nas nossas promessas, principalmente no teu olhar.
Sinto que não vou ser feliz se não for com você.

Te amo pequena.
“Nick.”


Chorei, me emocionei com cada palavra ali escrita. As palavras do Nick sempre foram parecidas quando convivíamos juntos, então, não tinha por que duvidar de nada. Tenho sorte, é, tenho. Em ter alguém tão verdadeiro que gosta de mim de verdade. Mas, já que ele disse que provaria, então vamos lá. Aguardarei ansiosa. Olhando pra carta, Nick entra no quarto:
- Bom dia.
- Bom dia. – Respondo séria.
- Posso conversar com você? - Pergunta, já sentando na poltrona próxima a mim. Sabia que se dissesse que não, ele insistiria.
- Claro, por que não.
- Então, gostou dos chocolates?
- É, provei. Obrigado.
- Por nada. – sorrio. Então Ju, para de fingir, leu a carta e o bilhete né?
- Óbvio, fiz errado?
- Não, claro que não. Sabe, fui injusto em te deixar sem explicação, Júlia, juro que se algo de grave tivesse acontecido nunca me perdoaria. Eu não quero te perder.
- Pode ser mais direto, tipo, quero uma explicação. Me decepcionei demais. Você não imagina o quanto Nick.
- Ta, olha. Naquele dia, aquela idiota da Sam tava na festa.
- A Sam?
[...]

0 comentários:

Postar um comentário

  © NOME DO SEU BLOG

Design by Emporium Digital