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Parte trinta e quatro

Ele a pegou e desceu as escadas, o ajudei pra que não caísse. Peguei as chaves do carro e minha bolsa, tranquei a porta de casa e saímos. Ele a colocou no banco de trás e ficou com ela, eu tive de enrolar um pano na mão e no pé da Jú, ela estava perdendo muito sangue. No caminho, ainda chorando, falei toda a história pro Renato. Ele ficou revoltado, disse que se fosse por ele a Júlia nunca teria um namorado, até terminar os estudos. Achei exagero, mas logo lembrei que ela havia me dito na praia que iria fazer uma promessa. Talvez fosse até melhor.

Pensamentos de Renato. (Pai de Ana Júlia)
Eu estava aflito ao ver minha filha naquele estado, desmaiada, sangrando por causa de amor. Eu fiquei com uma imensa vontade de ligar pros pais daquele pirralho e falar tudo que me vinha à cabeça, mas seria muita falta de Ética, depois faria isso. Estávamos a caminho do pronto-socorro, o banco do carro já estava começando a ficar sujo. A Júlia de repente acordou:
- Ah, ah, pai, o quê, o quê é isso aqui no meu pé? – Falou ela, gritando.
- Calma minha filha, você sofreu um acidente, calma que a gente ta chegando.
Ela apertava minha mão e olhava pra mim, via sofrimento em seus olhos, suas lágrimas escorriam, meu coração apertou.
Chegamos lá, a Laura correu e pediu uma maca pra que a Jú deitasse. Ela estava sentindo dor e eu nem sabia exatamente o que havia acontecido. O médico e uma pequena equipe de enfermeiros a levaram pra um consultório e investigaram todos os ferimentos. Mas tarde o médico informa:
- Bom, agora sabemos o porquê do enorme sangramento da Júlia.
- Por que então Doutor? – Falou Laura, aflita.
- Uma veia da Júlia foi afetada, ela pisou em um caco de vidro muito grande, que ainda está no pé dela, teremos de remover, iremos fazer uma cirurgia e preciso que alguém doe sangue a ela, vocês estão de acordo?
- Claro, claro que estamos. – Falei, minhas mãos tremiam.
- E na mão dela, não foi nada demais, já costuramos.
- Tudo bem, iremos atrás de alguém que tenha o mesmo sangue que ela. – Falei, enquanto Laura chorava desesperadamente ao meu lado.
Sinceramente, não sabia aonde encontrar o tipo de sangue da Jú. Ela é O negativo, é o tipo de sangue mais raro que existe. Na minha família, ninguém tinha o mesmo tipo sanguíneo e eu tinha menos de 30 minutos para achar alguém. Até que meu celular tocou, era Caíque:
- Seu Renato? Por favor, por favor, me escute.
- O quê é Garoto?
- Onde a Júlia ta?
- Você sabe o que aconteceu não sabe? Sabe o que ela ta sofrendo agora por sua causa? – Culpei o Garoto.
- Não, não sei. – Ele gaguejava.
- Ela vai morrer se eu não achar alguém com o mesmo tipo de sangue dela.
- O QUÊ? – Gritou ele. – Co...como assim?
- Qual o seu tipo sanguíneo garoto?
- O negativo, raro.
Meu Deus, eu estava com ódio do garoto, mas nessa hora, juro, que perdoaria todos os erros e esqueceria tudo. A Júlia só podia receber sangue de um doador universal, ou seja, que pode doar para todas as pessoas com diversos tipos sanguíneos, retornei a ligação:
- Caíque, se você ama mesmo minha filha, de verdade, você tem que vir aqui agora.
- Claro que amo, daria minha vida por ela. Aonde ela tá?
Expliquei ao garoto o caminho, ele iria doar o seu sangue.
[...]

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