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Adolescer 2

Prefácio.

Nem desistir nem tentar agora vamos lá, estamos indo de volta pra casa (♪)
Lembro-me perfeitamente de estar saindo do hospital de muletas há um ano. Estava a anoitecer, o sol já se pôs e sentia a brisa fria tocar os meus lábios, fazendo com que eu os molhasse para que não ficassem ressecados, ao fazer isso lembrava os beijos de Caíque, que saudades eu sentia. Interrompendo meus pensamentos minha mãe me chama: “Júlia, já é hora de ir para casa!
Agora, aos 16 anos, eu contarei tudo que ocorreu nos meu maravilhoso 15 anos, flor da idade sem muita diferença do que sou agora, mais me sinto transformada com os fatos, tive de crescer... Minha inocência ainda não foi embora.

Vivendo intensamente.

Eu não tinha motivos pra ter raiva do Caíque, fiquei chateada por um bom tempo, CLARO! Quando havia chegado em casa, um quarto já estava todo arrumadinho pra minha recepção. Subir as escadas de muletas era um verdadeiro desafio, eu estava ficando irritada com a rotina diária de não poder ir ao colégio por conta da minha cicatrização.

Uma certa senhora chamada Amélia sempre ia fazer os curativos, de 4 em 4 dias. Ela era estranha por ser delicada e gentil demais, cabelos curtos e brancos cercavam sua cabeça. Ela retirava os curativos com cuidado, sempre. Lavava meu pé, tirou os pontos. Perguntei a ela onde havia aprendido a cuidar tão bem de alguém, descobri que já foi enfermeira na sua juventude e que sempre cuidava de seus netinhos. Perguntava-me por que ela não disse “Cuido” dos meus netinhos. Talvez fosse indelicadeza de minha parte perguntar, então ficava calada ao vê-la manusear meu pé. Ela me dava uns medicamentos caseiros, e foi com eles que logo deixei as muletas de lado. Minha mãe agradecia e lhe pagava, depois da minha recuperação nunca mais apareceu na minha casa.

Após um mês de tudo que ocorreu passei a ter a verdadeira vida típica de todo adolescente, escola, internet, lição de casa, intrigas, etc. Lembro-me perfeitamente do meu primeiro dia de aula que não era bem o primeiro, pois tinha que recuperar totalmente dos ferimentos, até por que a mão que escrevo foi a que feri. Saí de casa às 7 da manhã, super atrasada. Mas algo tirou minha atenção. Quando passei pelo correio senti a ponta de um envelope branco arranhar meu braço. Logo o puxei e quase tive um ataque do coração quando vi que era uma carta de Caíque. Minha mãe me esperava furiosamente dentro do carro, buzinava para que eu me apressasse, então não contive o choro e corri em direção do carro, minhas mãos estavam trêmulas, não conseguia nem abrir a porta do carro. Quando entrei no carro falei:
- Mãe é do Caíque!
- Sério filha? – Ela perguntava contente.
- Sim mãe.
Abri o envelope e logo avistei a sua caligrafia caprichada, lia pauta por pauta, pausadamente para que não entendesse nada errado.


[...]

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